sexta-feira, maio 25

Tua paz é verdadeira ou falsa? - Thomas Watson (1620-1686)



Quais são os sinais de uma falsa paz?

i. A falsa paz é a que tem muita confiança em si, ainda que essa confiança seja enganadora. O pecador não duvida da misericórdia de Deus e dessa confiança presunçosa procede quietude para sua mente. A mesma palavra no hebraico, cassai, significa tanto confiança como tolice. De fato, a confiança de um pecador é sua tolice. Como as virgens néscias estavam confiantes.

ii. A falsa paz separa o que Deus já reuniu. Deus uniu a santidade e a paz, mas aquele que tem uma falsa paz separa as duas. Ele exige a paz, mas bane a santidade: "Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar à sede a bebedice" (Dt 29.19). O ímpio é inseguro e vão, e mesmo que agradeça a Deus por ter paz - em sua tola desilusão -tenta extrair saúde do veneno, assim como paz do pecado.

iii. A falsa paz não suporta ser testada. Uma mercadoria que não suporta a luz sinaliza ser de má qualidade. Um sinal de que um homem roubou mercadorias é não permitir que sua casa seja revistada. Uma falsa paz não suporta os testes da Palavra. A Palavra fala de uma obra humilde que refina a alma antes de receber a paz. A falsa paz não pode suportar ouvir isso. O mínimo problema abalará essa paz, terminará em desespero. Na falsa paz, a consciência fica adormecida; no entanto na morte, quando esse leão da consciência acordar, rugirá, ele será um terror para ela mesma e estará pronto para pôr mãos violentas sobre ela.

Como podemos saber que a nossa paz é a verdadeira?

i. A verdadeira paz flui da união com Cristo. O implante ou o ramo deve primeiramente ser enxertado na árvore antes que possa receber a seiva ou o alimento dela. Também nós primeiramente devemos ser implantados em Cristo antes que possamos receber a paz dele. Temos paz? Pela santidade somos feitos como Cristo, quando cremos fomos unidos a ele, e estando em Cristo temos paz (Jo 16.33).

ii. A verdadeira paz flui da sujeição a Cristo. Onde Cristo dá sua paz, estabelece seu governo no coração: "Para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim" (Is 9.7). Cristo é chamado de aquele que se assenta no trono (Zc 6.13). Cristo, como sacerdote, faz a paz, no entanto é um sacerdote sobre seu trono. Ele leva o coração à sujeição a si mesmo. Se Cristo é nossa paz, ele é nosso príncipe (Is 9.6). Quando Cristo pacifica a consciência, subjuga a luxúria.
iii. A verdadeira paz vem depois dos problemas. Primeiramente, Deus liberta o espírito encarcerado, convence e humilha a alma e, depois, ele dá a paz. Muitos dizem que têm a paz, mas essa paz está antes da tempestade ou depois? A verdadeira paz acontece depois do problema. Primeiramente acontece um terremoto, depois o fogo e então vem a calmaria e a voz suave (lRs 19.12). Quem nunca teve um ferimento talvez nunca tenha tido paz. Deus derrama o óleo dourado da paz em corações quebrados.

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